Projeto europeu visa apoiar instituições no abandono escolar precoce

Investigadores da Universidade do Porto participam num projeto europeu que visa reforçar o perfil dos docentes e educadores que trabalham com jovens vulneráveis e apoiar as escolas na gestão do abandono escolar precoce.

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Lusa
12/10/2016 09:20 ‧ 12/10/2016 por Lusa

País

Educação

Em declarações à Lusa, a investigadora Eunice Macedo indicou que o projeto 'LINK' Learning in a New Key: Engaging Vulnerable Young People in School Education aborda "a aprendizagem continuada e a frequência escolar de jovens na Europa, em situação de desvantagem na educação formal, desafiados pelos seus estados emocionais e mentais e por interações sociais pobres".

Pretende-se também explorar "entendimentos teóricos e saberes práticos", desenvolvidos a nível transeuropeu, através da sua aplicação com docentes, formadores e educadores nas salas de aula, acrescentou a professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), instituição responsável pelo projeto a nível nacional, através do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE).

No caso português, os participantes são jovens que saíram da escola sem completar o 6.º ou o 9.º ano e que frequentam atualmente a Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos (ESOM).

Tendo como pressuposto que a qualidade da educação e as competências dos docentes e formadores são determinantes na diminuição do abandono escolar precoce, os investigadores esperam, com este estudo, "criar oportunidades de aprendizagem de elevada qualidade" bem como "melhorar os processos educativos e o bem-estar das crianças e jovens".

A experiência profissional anterior dos professores e formadores, os métodos que atualmente usam na educação e formação, os problemas enfrentados na prática relacionados com os alunos, o papel dos laços emocionais na aprendizagem e a vontade de experimentar novas estratégias, particularmente através da música e da arte dramática, são os tópicos explorados.

"Ao nível dos investigadores, docentes e terapeutas vê-se um progresso muito grande na capacidade relacional e de viver a interculturalidade, de percebermos os diferentes pontos de partida, quer teóricos, quer metodológicos, quer da própria experiência de vida pelo facto de sermos de diferentes nacionalidades e áreas científicas", disse a coordenadora.

No que respeita aos jovens que participam no ?LINK', segundo Eunice Macedo, estes "valorizam imenso a possibilidade de fazer parte de um trabalho artístico que lhes permite sentirem-se melhor com eles próprios".

Do projeto faz ainda parte o Estudo de Impacto, no qual vão ser avaliados, "efetivamente", os efeitos do trabalho realizado, envolvendo uma dimensão quantitativa e outra qualitativa.

"Este não é só um trabalho de investigação, é também de intervenção, que deve ser avaliado através de um processo contínuo e de forma cíclica", indicou Eunice Macedo, que acredita não ser "possível avançar nem na investigação nem em qualquer forma de trabalho se não houver uma avaliação adequada e uma responsabilização dos participantes".

Para além de investigadores portugueses, participam no 'LINK' profissionais e instituições de educação de Inglaterra (coordenador geral do projeto), de Itália e da Polónia.

Financiado pelo programa Erasmus+, o projeto teve início em setembro de 2015 e tem a duração de dois anos.

 

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