"Paulo Portas põe a claro a fragilidade do Governo. Só num país em que o Presidente da República deixou de exercer as funções que devia desempenhar, em nome dos portugueses, podemos assistir a uma cena destas, de vir o primeiro-ministro fazer uma comunicação e, a seguir, um dos seus ministro pronunciar-se e fazer apreciações sobre o que aceita e não aceita", lamentou o sociólogo.
Para Carvalho da Silva, que falava em conferência de imprensa, num hotel em Lisboa, Portas "está a fazer um exercício de lavar a face, tentar sair ainda com alguma credibilidade e, acima de tudo, já a tentar preparar o futuro".
"O que ele está a ver é como sai deste Governo, que está moribundo e cria problemas, uns atrás dos outros, ao país, e como se preparar para outro hipotético cenário para estar sempre no poder", continuou.
O docente universitário considerou que presidente do CDS-PP "ainda tem um pouco mais de habilidade para fazer de estadista perante o povo português do que os outros dois intérpretes", naquilo que classificou como a "´troika´ governação interna", que junta sociais-democratas, democratas-cristãos e Cavaco Silva.
Domingo, Portas afirmou discordar da nova contribuição dos pensionistas e adiantou que o Governo vai negociar com a "troika" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para encontrar medidas de redução da despesa do Estado equivalentes.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou sexta-feira diversas novas medidas de corte nas despesas do Estado em cerca de 4,8 mil milhões de euros, até 2015, incluindo o aumento do horário de trabalho da função pública, a redução de 30 mil funcionários e o aumento da idade da reforma para os 66 anos de idade, entre outras medidas.