O acidente aconteceu a 9 de Setembro de 2010, cerca das 05h45, quando o arguido, de 37 anos, conduzia uma carrinha ligeira de mercadorias e embateu num peão que se encontrava na berma da estrada, em Mamodeiro, na freguesia de Nossa Senhora de Fátima.
Segundo a acusação, após o atropelamento, o condutor prosseguiu a marcha sem prestar auxílio à vítima, que ficou caída no meio da via.
Posteriormente, uma segunda viatura, que não chegou a ser identificada, passou pelo local e embateu no corpo, arrastando-o vários metros.
Durante a leitura da sentença, a juíza explicou que não se provou se a morte da vítima foi provocada pela conduta do arguido ou pelo segundo condutor.
O tribunal entendeu, assim, absolver o arguido do crime de homicídio por negligência, condenando-o a um ano e meio de prisão, com pena suspensa por igual período, por um crime de omissão de auxílio na forma agravada.
O condutor foi ainda condenado a pagar 300 euros por uma contra-ordenação pelo facto de não ter adequado a velocidade às condições da via.
A juíza censurou a conduta do arguido, que "teve uma actuação grave". "O senhor não procurou saber o que tinha acontecido. É incompreensível", afirmou.
Durante o julgamento, o arguido chegou a admitir ter visto "uma sombra em movimento", da qual se tentou desviar, sem conseguir, contudo, evitar o embate, e explicou que não parou porque pensou que poderia ser um assalto.
O condutor acabou por ser identificado pela GNR no início de Outubro de 2010, devido a peças do veículo que ficaram no local, na sequência do embate, e assumiu, então, a autoria do atropelamento.