Desde 2007 que a Polícia Judiciária (PJ) e as Finanças deram início àquele que é o maior ataque de sempre contra a fuga ao Fisco no sector da construção civil. Ao todo, foram feitas 236 buscas e constituídos 419 arguidos numa investigação que deu origem a cinco processos, escreve o Jornal de Notícias.
Os crimes ocorreram após um grupo de trabalhadores ter criado dez sociedades e emitido milhares de facturas falsas que lesaram o Estado em cerca de 23 milhões de euros correspondentes a IRC, IRS e IVA, entre 2003 e 2007. Tais facturas eram referentes a serviços vários na área da construção civil e foram prestadas a cerca de 200 empresas.
As sociedades que emitiam as facturas cobravam comissões de entre 2% a 5%, mas que podiam chegar aos 10%, às empresas a quem simulavam os serviços, e grande parte dessas facturas rondava entre os dois e os 15 mil euros, afirma o inspector-coordenador da PJ, Vítor Paiva. No entanto, também as empresas que procuravam estes serviços saíam beneficiadas neste esquema de fraude: usavam os recibos para empolar as suas despesas e pagar menos IRC e IRS.
Dois destes cinco processos, com 250 arguidos, devem-se a fraude fiscal qualificada e falsificação de documentos. Em outros dois, os arguidos são acusados de fraude e associação criminosa. Um quinto processo ainda não tema a investigação concluída, explica o mesmo jornal.