“Os ricos portugueses andam especialmente tolos e eles são especialmente responsáveis por esta situação, porque podiam fazer e não fizeram. Se alguma coisa falhou nos últimos 40 anos foram estas elites, não fomos nós todos”. A afirmação pertence ao antigo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, que, na antena da Renascença comenta ainda: “Quando me diziam: ‘agora que já estás fora do poder, eu começava a rir. Poder? Qual poder?”.
“Portugal está a andar aceleradamente para trás”, assinala, por sua vez o poeta Eduardo Pitta. “Não me admirava que, um dia destes, uma sardinha voltasse a dar para sete pessoas. O estado a que nós chegámos é o resultado de 40 anos de insucesso”.
Também o escritor Pedro Vieira faz notar que “o empobrecimento agora chama-se ajustamento, aos trabalhadores agora chama-se colaboradores, o roubo aos depósitos dos cidadãos nos bancos chama-se transformação de créditos credores em acções do próprio banco, despedimento é requalificação”, acrescentando em jeito de remate: “O sequestro da linguagem é uma coisa que me inquieta”.