Em conferência de imprensa, Rita Mateus queixou-se de que naquela faculdade "os estudantes vivem as consequências desse subfinanciamento, que leva à privatização e elitização do ensino".
"O bar é privado e não tem prato social, a reprografia pratica preços insuportáveis para os estudantes e as salas de estudo são insuficientes e não têm condições", lamentou esta aluna do terceiro ano de Ciências da Educação.
Os estudantes da FPCEUC queixaram-se ainda da falta de funcionários e de professores, bem como do processo de Bolonha que, segundo Rita Mateus, "trouxe mudanças pedagógicas prejudiciais" para os alunos.
A conferência de imprensa de hoje serviu também para apresentar um abaixo-assinado que circulou naquela faculdade, exigindo ao Ministério da Educação um ensino superior "público, gratuito e de qualidade e uma educação com mais ação social escolar".
Os promotores do documento consideram que as "escolhas políticas de subfinanciamento do ensino superior dos sucessivos governos (…) resultaram no aumento da propina e diminuição na atribuição de bolsas e na ação social escolar, levando a que muitos estudantes vivam com dificuldades financeiras graves".
Rita Mateus salientou ainda que a atualização do valor das propinas para o próximo ano letivo consoante a inflação, aprovado segunda-feira pelo Conselho Geral da Universidade de Coimbra, vai ser "mais um entrave" na vida dos estudantes.
O abaixo-assinado vai ser entregue na quarta-feira à Câmara Municipal de Coimbra, a fim de ser encaminhado para o Ministério da Educação, adiantou Rita Mateus, uma das promotoras do documento, que recolheu mais de duas centenas de assinaturas.