"Informamos que por questões de segurança a loja dos CTT de Lanheses encontra-se encerrada", lê-se no aviso colocado pela empresa na porta daquela estação, indicando as lojas na cidade de Viana do Castelo ou na vila de Ponte de Lima como alternativas.
A agência Lusa contactou a administração dos CTT, que também confirmou que aquela estação "está fechada", mas sem adiantar, para já, mais explicações.
Segundo o presidente da Junta de Lanheses, o protesto da população está agendado para hoje, às 18:30, precisamente em frente à estação dos correios da vila, cujos serviços, garante, "já estão em mudança" para um comerciante de eletrodomésticos ali instalado e que "deverá assumir essas funções".
"Estamos contra esta decisão dos CTT porque esta estação atende em média, todos os dias, entre 150 a 200 pessoas e serve 12 freguesias de Viana do Castelo e Ponte de Lima. Mas falámos sobretudo de pessoas idosas, que não sabem utilizar as novas tecnologias nem conseguem aceder a outras estações", apontou Ezequiel Vale.
Em Lanheses, este será o segundo protesto do género, pelos mesmos motivos, realizado em dois anos, e deverá igualmente contar com utentes das localidades vizinhas.
Cerca de 300 de pessoas de várias freguesias protestaram, a 15 de julho de 2011, à porta da estação de correios da localidade, que funciona desde 1951, e a entrega do serviço a privados, também anunciada na altura, nunca chegou a ser consumada.
Os CTT pretendem reduzir três estações do concelho a postos de correio, sem serviços financeiros, admitindo a sua gestão pelas juntas de freguesia, disse o presidente da Câmara de Viana do Castelo após reunir-se, na quarta-feira, em Lisboa com a administração da empresa.
"O que a administração me informou é que não vão encerrar estações mas pretendem transformar as de Darque, Lanheses e Vila Nova de Anha em postos de correio que fazem todos os serviços à exceção dos financeiros, como seguros ou certificados de aforro", disse à agência Lusa José Maria Costa.
No final desta reunião, o autarca socialista garantiu que "face à grande insistência" junto da administração, os CTT admitem a possibilidade de a gestão dos postos que resultarão da reclassificação das três estações de correios vir a ser assegurada pelas respetivas juntas de freguesia.
"Vou reunir-me na quinta-feira com os três presidentes das juntas de freguesia afetadas para definir a orientação a tomar e a resposta que vamos comunicar aos CTT no início da próxima semana", acrescentou José Maria Costa.
Nestes três casos está igualmente em cima da mesa a possibilidade de a gestão passar para privados.