Em Outubro de 2009, o candidato a presidente da Assembleia de Freguesia de Sines e actual autarca cometeu um ‘erro’ que o obrigou a estar até hoje a contas com a justiça. Tudo porque, no dia das eleições, foi visto junto ao edifício das escolas primárias a entregar uma caneta a um cidadão eleitor.
Mas houve alguém que viu neste gesto um indício de prática de crime, tendo em conta a distribuição de alegada propaganda política no recinto anexo à assembleia de voto. A queixa foi apresentada e o Ministério Público acusou o autarca de ter agido de forma “livre, deliberada e consciente (…) com o propósito conseguido de fazer propaganda no dia da votação” e de “influenciar o processo de formação de vontade e de consciência política dos eleitores”, conta o DN.
Contudo, o juiz do Tribunal da Comarca de Santiago do Cacém decidiu absolver o arguido, visto que as testemunhas ouvidas “foram unânimes em referir que não viram qualquer situação anormal”. COntudo, como uma destas testemunhas falou da entrega da dita caneta vermelha, descrevendo-a como "um gesto de cortesia", o Ministério Público decidiu recorrer, alegando que ficou “preenchido o elemento objectivo do tipo de ilícito”.
Já no Tribunal de Évora, depois de ouvidas todas as testemunhas e lidos todos os documentos, a decisão foi confirmada e o autarca novamente absolvido.
Acontece que, para aqui chegarmos, passaram três anos, seis meses e 21 dias. Tudo, recorde-se, por causa de uma caneta vermelha.