O Grande Prémio Histórico do Circuito da Boavista arrancou hoje e vai fazer desfilar até domingo cerca de 200 automóveis e muitos milhões de euros em cima de quatro rodas sobre o asfalto da cidade invicta.
Logo ao início da manhã começaram os treinos livres, bem como um desfile glamoroso de automóveis clássicos, cujos valores vão desde os "modestos" 20.000 euros até mais de um milhão, como é o caso de um Bugatti 37, de 1928, conduzido pelo piloto francês Jean-Marc Laffont.
A correr em cerca de uma dezena de categorias estarão 200 automóveis históricos em prova, como são os casos Bugatti da década de 20 ou, por exemplo, os protótipos e GT de Le Mans da década de 70.
Patrick Peter, o responsável promotor pelas provas estrangeiras, explicou à agência Lusa que a "exorbitância dos preços não tem diretamente a ver com a potência dos automóveis".
"Os carros que são mais caros não são, necessariamente, os mais rápidos. São carros muito raros, antigos e com necessidade de muita manutenção. De qualquer forma, existem alguns carros de corrida potentes que representam uma pequena grande fortuna. Há para todos os gostos", garantiu Patrick Peter.
O responsável francês não tem dúvidas em afirmar que "apesar de todo o dinheiro e logística envolvidos", para os participantes neste tipo de provas, "isto não passa de um hobby".
"É um hobby caro e que não está ao alcance de qualquer um. Mas nisto só anda quem pode e sem qualquer objetivo de ganhar dinheiro. É impossível fazer-se vida disto. É muito dispendioso", disse ainda.
De qualquer forma, e apesar do grande destaque dado à espetacularidade dos automóveis, Patrick Peter não hesita em esclarecer o papel de cada piloto para o sucesso nestas provas: "Se o piloto não tiver qualidade, de nada adianta o carro potente. A perícia é muito importante".
E num mundo de homens, as mulheres também dão cartas e provam que estão tão, ou mais, à altura do desafio.
Para a piloto francesa Carole Doquin esta é a primeira vez que corre em Portugal mas "a primeira impressão da pista é bastante positiva".
Carole Doquin conduz, com o seu marido, Nicolas Doquin, um Porsche 356 e garante que nada lhe dá mais prazer do que "carregar no acelerador e ouvir o ruído do motor".
"Tenho noção que este é um meio de homens mas eu gosto é de estar entre eles. Em 2010 participei numa prova só com mulheres e não foi a mesma coisa. Além disso, amo sensações fortes e pelo que vi esta pista vai proporcionar isso mesmo", esclareceu.
Durante a tarde, e ao longo quase cinco quilómetros de percurso do circuito, mais precisamente 4,8 quilómetros de pista, arrancaram os treinos cronometrados.
Para Vladimiro Feliz, vice-presidente da Câmara do Porto, não há dúvidas que este evento "é um dos maiores e mais importantes a nível nacional, a par com a Volta a Portugal em bicicleta" e admite que "vão estar presentes cerca de 220.000 pessoas".