Na quarta-feira, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) criticou o atraso de um mês na abertura do concurso de bolsas de doutoramento para 2013 e de, com isso, criar "uma incerteza grave na vida dos investigadores científicos".
À agência Lusa, a FCT justificou os atrasos com a abertura simultânea de vários concursos e a ultimação do novo regulamento de bolsas de investigação, que, acrescentou, terá de ser homologado pelo Ministério da Educação e da Ciência, que assegurou que os investigadores "não vão ser prejudicados".
Numa resposta enviada hoje à Lusa, a FCT prevê, agora, que o concurso de 2013 "seja lançado durante o mês de julho", sem precisar uma data.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, a ABIC alegou que a FCT prometeu, em reunião realizada com a associação há uma semana, lançar o concurso de 2013 esta semana.
Na mesma nota, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica queixou-se também que a FCT "não cumpriu com o compromisso assumido" na reunião, ao não publicar os resultados dos recursos do concurso de bolsas de 2012, depois de se ter comprometido a divulgá-los na sexta-feira passada.
A FCT justificou à Lusa os atrasos na divulgação dos resultados dos recursos com "problemas técnicos e administrativos", sem os precisar, e, na nota, compromete-se a publicá-los "na próxima semana".
No comunicado emitido na quarta-feira, a ABIC contestou ainda a redução do número de bolsas e dos projetos de investigação financiados.
Segundo a associação, no concurso de bolsas deste ano "haverá uma redução de 50 por cento" em relação a 2012, com os projetos de investigação a caírem dos 600 (cada um com um montante global de até 90 mil euros) no ano passado para os 120 (até 50 mil euros) em 2013.
A Fundação para a Ciência e Tecnologia refere, na nota, sem avançar com números, que "prevê, de facto, uma redução significativa do número de bolsas" de doutoramento e pós-doutoramento a atribuir no concurso de 2013, "mas que serão compensadas por outros programas de financiamento da FCT".
A entidade justificou a diminuição dos projetos de investigação financiados com a atual fase de transição de programas de financiamento comunitário, aguardando a definição de um novo pacote em 2014.
Assim sendo, alegou, ao contrário de 2012, em que foram financiados projetos de investigação num montante cada um entre 50 mil e 200 mil euros, consoante durassem um, dois ou cinco anos, em 2013 o financiamento foi apenas canalizado para projetos exploratórios com a duração de um ano, no valor até 50 mil euros.
Na quarta-feira, a ABIC refutou igualmente o corte em vários dos subsídios concedidos aos bolseiros de doutoramento (participação em reuniões científicas ou atividades de formação complementar, execução gráfica da tese...).
Sobre os subsídios, a FCT assinala que apenas "mantém o subsídio de participação em reuniões científicas", no montante de 750 euros "para a duração da bolsa, com um apoio a ser complementado por outros, disponíveis aos bolseiros".
A Fundação para a Ciência e Tecnologia adianta, no entanto, que "prevê o aumento do subsídio para pagamento de propinas de doutoramento", de 5.000 para 8.000 euros.