Em três anos e meio, 260 magistrados foram alvo de inquéritos-crime por parte do Ministério Público, na sua maioria devido a suspeita de denegação da justiça e de prevaricação, isto é, favorecimento consciente de uma das partes do processo, recebendo, em troca, benesses.
Porém, e segundo o Diário de Notícias apurou, das mais de duas centenas e meia de inquéritos, apenas cinco magistrados se vão sentar no banco dos réus e responder perante o tribunal pelo crime de que são acusados. Contas feitas, apenas 4% foram constituídos arguidos e irão sentar-se no banco dos réus.
As cinco acusações formalizadas dizem respeito a crimes de homicídio negligente, no seguimento de um atropelamento mortal numa passadeira, a condução habitual sem carta de condução, condução sobre o efeito de álcool, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Entre os 260 crimes estão, ainda, 15 relacionados com difamação e 12 com injúrias ou calúnias proferidas pelos juízes em salas de audiência ou fora delas.