“Tivemos aqui um problema: a Carris não consegue suportar o diferencial que se vai gerar entre o preço do passe e o que o idoso paga depois do desconto e a câmara só consegue pagar esse diferencial a 60 dias, mas durante esses 60 dias, a Carris não estava a receber esse diferencial”, explicou.
“Calculamos que existam 4.500 potenciais interessados neste desconto. O que representa um valor de 39 mil euros. O que acordamos com a Carris é que no primeiro mês transferimos os 39 mil euros correspondente ao diferencial e ao fim de cada mês fazemos acertos”, acrescentou.
Nunes da Silva prevê que esses descontos entrem em vigor em janeiro do próximo ano.
O vereador falava à Lusa no final da última reunião de câmara pública, que terminou com a aprovação por unanimidade da submissão a consulta pública deste projeto.
A câmara de Lisboa aprovou também hoje, mas com a abstenção do PSD e do CDS-PP, a atribuição de 60 mil euros à Federação Portuguesa do Táxi (FPT) e à Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral) para aquisição de veículos elétricos, proposta por Nunes da Silva.
A abstenção dos partidos deveu-se à falta da entrega de um relatório sobre uma experiência anterior com táxis elétricos realizada pela autarquia.
Contudo, o vereador assegurou que o relatório será entregue quinta-feira aos vereadores.
A aquisição por 1,424 milhões de euros do piso térreo do antigo cinema Europa, em Campo de Ourique, uma das propostas vencedoras do orçamento participativo, foi aprovada com o voto contra do CDS-PP e a abstenção do PSD.
“O valor do orçamento participativo para aquisição daquele espaço é de 690 mil euros. A proposta apresentada excede em mais do dobro o que era previsto. Excede e achamos incompreensível dada a atual situação que se conceba pagar a dois mil euros o metro quadrado por este espaço”, disse António Carlos Monteiro.
Para o vereador, “o município tem de ter cuidado e gerir o erário público da forma mais eficiente possível”.
“Mais do que cumprir esta promessa eleitoral devia procurar-se salvaguardar erário público”, acrescentou.
Também a vereadora do PSD Mafalda Barros considera aquele um valor “absolutamente inadequado pelos tempos que correm”.
Em resposta, o vereador Manuel Salgado disse que há um compromisso da câmara de fazer um espaço cultural no cinema Europa.
“Foi uma negociação dura [com o construtor] e o último valor solicitado foi de 2, 317 milhões de euros. Os serviços de património da câmara pediram uma avaliação externa e fizeram uma interna e chegou-se a acordo para 1,424 milhões de euros pelo piso térreo”, explicou o vereador.
A câmara de Lisboa pretende instalar uma biblioteca no piso térreo do antigo cinema Europa.