De ano para ano, o número de intercepções telefónicas efectuadas pelas autoridades do País tem vindo a engordar.
Em 2010 foram contabilizadas 10.547 escutas, em 2011, 11.440, e, no ano passado, 13.046, o que representa um aumento de 8,46% e de 14%, respectivamente, adianta a edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias.
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, fez já saber que considera o volume de escutas exagerado, e apresentou uma proposta que prevê a concentração desta prática de investigação, até agora promovida por 18 entidades, na Polícia Judiciária, o que desencadeou um coro de críticas.
A título de exemplo, o antigo ministro da Administração Interna do Governo de José Sócrates, Rui Pereira, entende que se a GNR, PSP e SEF “deixassem de fazer ‘escutas’, a investigação criminal ficaria diminuída”.
E prossegue o ex-governante em declarações ao Jornal de Notícias, “se fossem feitas por um órgão de polícia criminal diferente que desenvolve a investigação, o resultado seria caótico”.
Até porque, defende Rui Pereira, “os outros órgãos de polícia criminal têm demonstrado competência na gestão desse meio de obtenção de prova, o que se tem reflectido no resultado das investigações”.
Embora o sindicato da Polícia Judiciária prefira, por enquanto, guardar silêncio sobre esta matéria, o ‘verniz’ entre as diferentes forças de segurança estará prestes a estalar.