Numa conferência de imprensa onde fez questão de salientar que haveria direito a perguntas dos jornalistas, Pizarro afirmou que “o PS não prescinde de nenhum dos mecanismos legais para apurar tudo o que se tem passado nesta campanha eleitoral” e disse esperar que, por se tratarem do que classificou como “crimes públicos”, a CNE e a PGR efetuem as respetivas investigações.
“Diria que se for necessário faremos essa denúncia. Temos a expectativa de que a investigação ocorra mesmo sem essa denúncia e faremos, sobretudo, um combate político sem tréguas a este comportamento”, declarou Manuel Pizarro, que acrescentou ser “imperioso esclarecer todos os contornos desta campanha, incluindo a proveniência do dinheiro que permite ao candidato do Governo fazer uma campanha sumptuosa”.
O candidato socialista à Câmara do Porto disse, ainda, que o “candidato do PSD tem de se explicar pessoalmente”, sem que se possa “refugiar no silêncio, escondendo-se atrás de porta-vozes cujas declarações, aliás, já confirmam a gravidade dos factos noticiados”.
Na sexta-feira, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) notificou o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia e candidato à autarquia do Porto, Luís Filipe Menezes, para se pronunciar, em 24 horas, relativamente à queixa apresentada pelo Bloco de Esquerda.
Na sequência da notícia avançada pelo jornal “Público”, intitulada "Luís Filipe Menezes paga rendas a moradores de bairros pobres do Porto", o Bloco de Esquerda considerou, em queixa enviada à CNE, que a atuação do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia é uma “flagrante violação” da “neutralidade e imparcialidade das entidades públicas”, imposta no artigo 41.º da Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais.
O jornal Público noticiou, na sexta-feira, que Luís Filipe Menezes "reuniu-se esta semana na Câmara de Gaia com moradores com dificuldades económicas que residem em bairros do Porto".
Em resposta, o número dois de Luís Filipe Menezes, Amorim Pereira, afirmou, também sexta-feira, que será dada conta ao Ministério Público dos factos “ardilosamente construídos para tentar denegrir” a candidatura à Câmara do Porto, garantindo que só foi dado dinheiro a uma idosa doente.
“Esta notícia, que é aliás suportada por um editorial da redação que não abona, traduz de forma que temos que considerar objetivamente infame e não verdadeira uma realidade que nunca aconteceu nem nunca poderia ter acontecido”, afirmou Amorim Pereira.