Passar na rua e ouvir um elogio que, não raras vezes, ultrapassa a barreira do bom gosto e até do respeito é quase um lugar-comum, sobretudo para o sexo feminino. Ora, por considerarem que este tipo de comentários roça o assédio sexual, duas bloquistas querem interditar esta forma de expressão, indica o jornal i.
Elsa Almeida e Adriana Lopera lançarão o tema para discussão já este fim-de-semana, no Fórum Socialismo, que assinala a rentrée política do Bloco de Esquerda, defendendo que o piropo entronca a categoria do assédio e, como tal, “o assédio só pode estar enquadrado na área da violência contra as mulheres, portanto da violência de género ou violência machista”, cita o i.
Por enquanto, as feministas assumidas não querem colocar a temática ao nível da legislação, até porque, dizem, “temos de começar devagar”.
Não obstante, de tudo farão para que a matéria integre a agenda do seu partido, uma vez que, salientam, “o piropo está instituído como inofensivo”, bem como a ideia da “mulher que está ali enquanto ser que está aí para cumprir o seu papel, ser vista e avaliada, tocada” se banalizou.
Colocar um ponto final a uma “sociedade patriarcal e machista” é, pois, o grande objectivo destas militantes bloquistas.