"Dá ideia de que há ligações promíscuas entre troika e Governo"

A comentadora da TVI24, Constança Cunha e Sá, lançou, ontem à noite, na antena daquela estação televisiva, várias farpas à conduta do Executivo de Pedro Passos Coelho, designadamente no que às relações com a troika diz respeito. Ao mesmo tempo, a comentadora política, disse estranhar a aparente proximidade entre o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, quando esta última esteve na origem do pedido de demissão “irrevogável” do então ministro.

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Notícias Ao Minuto
04/09/2013 08:20 ‧ 04/09/2013 por Notícias Ao Minuto

Política

Constança Cunha e Sá

“Nós vimos este Verão que os dados que foram pedidos parcialmente pelo FMI ou que foram enviados parcialmente pelo Governo, a verdade é que não reflectiam a quebra de salários que existia em Portugal. Portanto dá a ideia que há umas ligações obscuras e promíscuas entre a troika e o Governo português, e que o Governo se serve da troika e que a troika se serve do Governo”. A afirmação pertence a Constança Cunha e Sá, que falava ontem na antena da TVI24, comentando o périplo pelas instituições que compõem a troika iniciado pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

Aliás, lembrando as “posições extremadas" dos dois governantes, Constança Cunha e Sá assinalou: “Gostava de saber se Maria Luís Albuquerque já se converteu às teses de crescimento de Paulo Portas ou se foi o contrário”.  E prosseguiu a comentadora, “quando eu fui de férias as posições eram extremadas. (...) Como eu não vi nenhum deles recuar em relação a ponto nenhum (...) não consigo perceber como é que esta trindade de repente se vai dar tão bem em relação a divergências profundas que existiam no seio da coligação”.

“Qual é a política, a estratégia do Governo? Quer promover o emprego, o crescimento? Ou quer continuar com uma política de austeridade, como sugere o corte de 4.700 milhões de euros que ainda estamos à espera que se concretize”, questionou Constança Cunha e Sá.

Aliás, em seu entender, “o simples facto de o resultado das negociações ser apresentado só a seguir às eleições [autárquicas] mostra que, de facto, não vem aí nada de bom e que o Governo não está em condições de explicar o que é que, no fundo, pretende do País”.

“Ora, sem isso, não vale a pena andar depois em guerras soltas com o Tribunal Constitucional”, observou a comentadora, concretizando: “Porque essas guerras, que depois o Governo inventa, são no fundo uma consequência da falta de rumo, da falta de estratégia, da falta de política que o Governo tem. E é uma forma de disfarçar o fracasso das políticas”.

 

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