“O Tribunal Constitucional tomou a decisão, está tomada, mas acho que de certa forma esta lei morreu. No fundo, o espírito da lei, a ideia da renovação, a ideia de quebrar clientelas, de quebrar com interesses estabelecidos, isso morreu. Morreu aqui, não por culpa e responsabilidade do Tribunal Constitucional, [mas sim] por culpa dos partidos que, aliás, a primeira coisa que fizeram foi começar a torpedear a lei”.
Esta leitura face ao desfecho da polémica lei de limitação de mandatos foi feita pela jornalista e comentadora política, Constança Cunha e Sá, que falava ontem na antena da TVI24.
No entender da comentadora, “acabou por ficar uma lei que os próprios partidos tornearam e que depois se embaralhou toda numa confusão sobre as interpretações da lei, que foi feita mal propositadamente ou por incompetência nata, e que neste momento acaba por ser anulada, por assim dizer, pelo Tribunal Constitucional”.
Mantendo um tom muito crítico, Constança Cunha e Sá, a interpretação territorial da lei “não faz sentido”, isto “porque se, de facto, todos os candidatos podem renovar (...) a única coisa que esta lei faz é obrigar os dinossauros, de três em três mandatos, a circularem pelo país. Então mais vale acabar com esta lei”, concluiu a jornalista.