A poucos dias das eleições, já se começam a fazer contas face à forma como vão funcionar as autarquias, escreve o Público.
Dos ainda presidentes de Câmara, num total de 308, cerca de 138 perdem, este ano, o direito de se recandidatar àquele cargo, devido à lei da limitação de três mandatos consecutivos. No entanto, este não é o fim da vida política para metade deles, que insistem em participar dessa forma nas suas localidades: 68 candidatos concorrem pelo mesmo partido à presidência da Assembleia Municipal, no mesmo concelho.
Em declarações ao Público, o politólogo António Costa Pinto referiu que esta “é uma forma de sobreviverem politicamente no partido e de manterem a sua influência política a nível local”, adiantando que esta tendência “é tanto maior quanto mais nos aproximamos da esfera local”.
Desta forma, de acordo com dados divulgados por aquele jornal, é nos distritos de Viseu, Vila Real, Guarda, Bragança, Santarém e Évora que se registam mais situações. É ainda o PS que tem mais candidatos nestes termos, seguido pelos sociais-democratas e pela CDU.
O também investigador na área política Carlos Jalail sublinhou que em causa estão “normalmente, figuras que dedicaram toda a carreira à política e não têm perspectiva de carreira a outro nível”, o que “não é necessariamente negativo” visto que “se de quatro em quatro anos tivéssemos uma renovação total, perderíamos uma continuidade e experiência acumulada", rematou.