“Pedro Passos Coelho comportou-se nestes últimos dois anos como alguém que, para enfrentar uma avalanche, decide convocar um tsunami”, como tal, defende Manuel Maria Carrilho, “só um povo masoquista deixaria passar a oportunidade de ouro que são as eleições do próximo domingo sem dar uma lição exemplar ao Governo”.
O socialista, que assina hoje um artigo de opinião no Diário de Notícias, entende que “para lá das escolhas dos candidatos, ou das reservas aos partidos, ou dos ‘tesourinhos deprimentes’, o mais importante (…) é o retrato que as eleições vão dar do estado de espírito do País: resignado ou indignado, anestesiado ou revoltado, compreensivo ou farto”.
Desta feita, prossegue o antigo governante em jeito de repto lançado aos portugueses, “é pois o momento de o País dizer inequivocamente que quer uma mudança”, veiculando assim a mensagem “que chega de evangelismo ultraliberal e de pastoreio financista”.
“Não haja dúvidas”, concretiza Carrilho, “a consequência mais importante das eleições autárquicas é o seu significado nacional”.