A polémica envolta em Rui Machete parece estar longe do fim. Depois de ter declarado, na semana passada, ao Tribunal Constitucional (TC) as funções que ocupava antes de entrar para o Governo, o jornal Público dá agora conta de que o ministro desempenhou cargos sociais em cinco diferentes bancos entre 2008 e 2009, tendo alguns deles sido omitidos por já não exercer funções aquando da nomeação para o Executivo.
Desta forma, Machete foi, durante aquele espaço de tempo, presidente da mesa da Assembleia-Geral do Banco Português de Investimento (BPI), vice-presidente da Assembleia-Geral da Caixa Geral de Depósitos (CGD). No grupo do Banco Comercial Português (BCP), esteve à frente do conselho fiscal do Millenium Investiment Banking (BCPI) e administrador do Banca Millenium.
Além disso, ocupava cargos em mais dois grupos bancários, na Sociedade Lusa de Negócios (SLN), detentora do Banco Português de Negócios (BPN), e no Banco Privado Português (BPP).
Contactado pelo Público, fonte do Banco de Portugal salientou que “dos órgãos de administração e fiscalização de uma instituição de crédito apenas podem fazer parte pessoas cuja idoneidade e disponibilidade dêem garantia de uma gestão sã e prudente”, evocando o quadro legal que permite àquele organismo opor-se ao desempenho de funções simultâneas, nos casos em que existe “risco grave de conflitos de interesses ou, tratando-se de pessoas a quem caiba a gestão corrente da instituição, por não se verificar disponibilidade suficiente para o exercício do cargo”.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros já manifestou disponibilidade para ir ao Parlamento, por forma a ser inquirido sobre o seu percurso profissional.