“O Presidente da República tem uma visão ultra minimalista dos seus poderes”, começa por realçar, em declarações ao i, o socialista Manuel Alegre. E, nesta senda, concretiza: “Recordo que por muito menos o Presidente Jorge Sampaio forçou António Guterres a demitir um dos seus ministros”.
A analogia reporta-se à demissão de Armando Vara, que em 2000 saiu do Governo a reboque de uma polémica, e é estabelecida face à controvérsia que vem a envolver o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, quase desde que foi empossado.
Da alegada mentira sobre as acções do BPN, ao pedido de desculpas que apresentou aos empresários angolanos pelas investigações que decorrem no Ministério Público português, são várias as celeumas que têm tido em Machete o seu protagonista.
E Manuel Alegre não é o único a trazer à liça a demissão do responsável pela tutela dos Negócios Estrangeiros.
A título de exemplo, o social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou o ministro a sair do Executivo pelo “próprio pé”, lembra o i, assim como o colega de partido Luís Marques Mendes avisou já que, seguindo este trilho, Machete “candidata-se a ser substituído do Governo”.