“Cortar tudo é demagogia completa. Há pessoas que não têm outros meios de subsistência. Conheço vários casos”, contou ao Sol o ex-ministro e antigo deputado do PSD, na sequência da proposta apresentada pelo deputado centrista João Almeida, que defende e eliminação das subvenções vitalícias dos políticos.
Porém, Ângelo Correia disse concordar com os cortes de 15% naquelas pensões, que está também em discussão para a proposta do Orçamento do Estado para 2014.
A mesma opinião é partilhada por Zita Seabra, frisando que os cortes “deviam ser iguais” aos praticados nas pensões de sobrevivência, ou seja, de 10%.
“Parece que se substituiu a luta da classe trabalhadora pela luta contra a classe política”, contou ao Sol a ex-deputada comunista, que recebe uma pensão vitalícia de cerca de 3.000 euros. Por isso, defende uma discussão alargada sobre a “degradação da qualidade da actual classe política” e a existência de “alguns privilégios”, como a reforma dos juízes do Tribunal Constitucional.
Já Ângelo Correia tem uma subvenção atribuída de cerca de 2.200 euros, pensão que lhe foi suspensa pela sua acumulação com o salário, mas que deverá voltar a receber quando chegar à reforma.
As pensões vitalícias deixaram de poder ser atribuídas em 2005 sob a governação de Sócrates, mas continuaram a ser um direito dos políticos que exercessem funções até à data da revogação.
Actualmente, segundo o Sol, recebem esta subvenção cerca de 400 pessoas.