Mais de meio ano depois foi, finalmente, apresentado esta semana o já famoso guião da reforma do Estado cujo objectivo, frisou o primeiro-ministro Passos Coelho, é “garantir a sustentabilidade do próprio Estado”.
Mas de dentro do seio social-democrata surgiram críticas ao documento, designadamente, conta hoje o Diário Económico, devido à falta de detalhe, ausência de um cronograma de aplicação, por parecer um conjunto de generalidades que qualquer partido é capaz de subscrever.
A vice-presidente do PSD, Teresa Leal Coelho, justifica que “o documento não pode mesmo ser detalhado para abrir a possibilidade de concertação com o PS. Não pode mesmo ser fechado e é um bom guião, sustentado no que foi o quadro definido”.
Desta opinião não partilham porém alguns ‘laranjas’. O documento apresentado por Paulo Portas “não diz quando, como e quem é que irá aplicar aquelas medidas [além de que], qualquer partido se consegue rever e subscrever na maioria daquelas medidas”, salienta fonte do PSD.
Fonte do Governo considera que “até o relatório do FMI para a reforma do Estado ia mais longe em termos de impactos” pelo que, prossegue, para o trabalho de Portas ser “exemplar” era necessário que “quantificasse as medidas, o impacto destas soluções nos grandes indicadores do País, como o défice ou a taxa de desemprego”.
Mas há sociais-democratas que vão ainda mais longe, relata o Diário Económico, classificando o guião de Portas como “uma mão cheia de nada”, um conjunto de “banalidades” ou até mesmo como uma “palhaçada”.