Guião de Portas "não serve para nada este Governo"

Para o comentador político e ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, o guião para a Reforma do Estado, apresentado “talentosamente” por Paulo Portas, “não serve para nada este Governo”, pelo que, trata-se apenas de uma “espécie de memorando de entendimento interno” para “depois de eleições”. No espaço de opinião que ocupa semanalmente na TVI, Marcelo afirmou ainda que “o destino do País” está “nas mãos de Seguro”.

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Ana Lemos
04/11/2013 08:10 ‧ 04/11/2013 por Ana Lemos

Política

Marcelo Rebelo de Sousa

No ‘Jornal das 8’ da TVI, o comentador e professor Marcelo Rebelo de Sousa falou ontem (domingo) sobre o guião para a Reforma do Estado considerando que com este documento o Governo abandonou por completo a sua ideia inicial de desmantelamento do Estado Social.

“A ideia no início do Governo era vai acabar o Estado Social, vamos ter um Estado que deixa de ter prestações sociais para passar a garantir a prestações sociais. Onde já vai isso, entre a refundação do Estado e este papel, é o dia da noite”, afirmou Marcelo, frisando por isso que o guião “não serve para nada este Governo” sendo apenas “a prova que um Executivo que começou a prometer o esvaziamento do Estado Social acaba a consagrar soluções que com pequenos retoques o PS pode aceitar”.

Além disso, prosseguiu, serve “para quem quer venha a ser Governo no futuro, ou seja, é uma espécie de memorando de entendimento interno para eventual utilização depois de eleições e depois do programa cautelar”.

Quanto ao vice-primeiro-ministro, Marcelo considerou que Paulo Portas portou-se “talentosamente”, apresentando “o que serve de base para programas eleitorais, como quem diz agora ‘o interessante é que vamos a eleições’”. Desta forma, o líder centrista “assobia ao cochicho” e “desconversa”.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que “está nas mãos de [António José Seguro] o destino do País nos próximos anos”, isto é, a diferença entre ter um programa de ajustamento ou um segundo resgate”.

Na opinião do professor, Seguro tem uma de “três saídas”: ou “concorda e aceitar tudo”, o que é “muito pouco provável”; ou assina apenas alguns “compromissos e pede eleições, nesse caso começamos a resvalar para o segundo resgate, e aí é um “erro porque ganha e vai gerir um resgate”; ou, a terceira opção, “aceita e negocia o que é preciso pondo na mesma a condição de eleições mas a seguir ganha e vai gerir um programa cautelar”. Nessa última saída reside, para Marcelo, “o talento de Seguro em conseguir eleições com um programa cautelar”.

No habitual comentário na antena da TVI, o ex-líder do PSD considerou ainda que a baixa de impostos sobre a qual falou esta semana o primeiro-ministro Passos Coelho passa pela mesma lógica em que “[José] Sócrates pensou em relação aos salários da Função Pública e à baixa do IVA em 2009”. Ou seja, o pensamento de Passos, explicou Marcelo, é o de que “2014 vai ser um ano muito duro no orçamento mas se isso correr bem, e ainda formos Governo, baixamos o IRS em ano de eleições”, o que “eleitoralmente é bom”, concluiu.

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