O general e ex-Presidente da República Ramalho Eanes não vai comparecer na homenagem que lhe estão a preparar para o dia 25 de Novembro na antiga FIL, em Lisboa, avança o semanário Sol.
Há cerca de mês e meio, quando algumas figuras militares e civis, como Garcia Leandro e Sampaio da Nóvoa, falaram da realização de uma homenagem a Eanes, este recusou, o que levou a mudar a palavra ‘homenagem’ para ‘testemunho público’.
No manifesto denominado 'Testemunho Público ao Cidadão António Ramalho Eanes', de acordo com o Sol, pode ler-se: “Exemplo de integridade, honradez, transparência e rectidão de procedimentos, sempre exigiu a si próprio mais do que exigia aos seus concidadãos. Despojou-se de interesses ou benesses de natureza material, recusando por vezes os proventos a que tinha direito” – uma clara referência à recusa dos retroactivos do vencimento atribuído aos ex-Presidentes da República.
O manifesto é subscrito por uma Comissão Cívica que inclui Belmiro de Azevedo, Adriano Moreira, Vasco Lourenço, Pinto Monteiro, Leonor Beleza e Rui Rio, entre muitos outros.
Na sessão de 25 de Novembro, além de se falar do ex-presidente enquanto militar, cidadão e político, nas palavras do general Garcia Leandro, João Lobo Antunes e Guilherme d’Oliveira, respectivamente, será anunciada a criação do ‘Prémio Responsabilidade e Cidadania António Ramalho Eanes’, no valor de 50 mil euros, que distinguirá figuras que se destaquem pela “coragem, conhecimento, ética, iniciativa e serviço à sociedade”.
A sessão pública contará também com uma mesa-redonda sobre a importância de Eanes na História com a presença de Fernando Dacosta, Henrique Monteiro e José Alberto Carvalho.