Ana Benavente, que pertenceu ao Secretariado Nacional do PS na época de Ferro Rodrigues e ex-ministra de Guterres, admitiu sair do PS e aderir ao partido LIVRE, visto não ter actividade política há muito tempo e já não se identificar com as correntes dominantes no PS desde 2005.
"PS tem marcado a sua acção pelas reacções às decisões da maioria governativa. Não está perto das pessoas – com excepções a nível autárquico, enredado nas suas tensões internas e prima pela ausência de uma alternativa séria para o País que os portugueses compreendam.”
Ana Benavente pensa aderir ao LIVRE se corresponder ao que pensa ser “uma urgência em Portugal”, o que se resume a uma “proposta alternativa à austeridade”, marcada por “uma articulação séria entre partidos de esquerdas e movimentos sociais com base numa proposta clara para os cidadãos”.
Porém, sublinha que a sua entrada no LIVRE vai depender da sua coerência. Que seja “um partido para um período da nossa história, um instrumento de luta social e não mais uma organização burocrática, cheia de boas intenções no seu início, mas tornando-se numa teia de poderes internos de que desaparece o debate político sério, aberto e democrático”, assinala Benavente.
A entrevistada sublinha ainda que, no caso de aderir ao LIVRE, vai entregar o cartão do PS, até porque há muitos anos que não tem qualquer actividade política, sublinhando que “um partido não é uma família, uma religião, nem um clube desportivo. É uma organização política para a reflexão e a intervenção”.