Afinal o Governo tem um plano B para o eventual chumbo da convergência de pensões que se encontra no Tribunal Constitucional. A confissão foi feita ontem por Pedro Passos Coelho, em Londres, desmentindo o que tem vindo a ser dito pelo Governo, e comentada por José Gomes Ferreira, na SIC.
Para o jornalista, a inexistência de um plano B “era um segredo mal escondido que infelizmente pode passar por aumento de impostos”. “Olhar os agentes do mercado olhos nos olhos acaba nisto: acabam por dizer as verdades”, afirmou Gomes Ferreira.
O subdirector de informação da SIC apontou alguns erros crassos praticados pelo Governo no que ao Orçamento do Estado diz respeito, como o corte nos salários e pensões e o benefício de grandes empresas, através da redução do IRC, e o prejuízo das pequenas empresas.
No que toca à responsabilização pela austeridade e pelo estado do País, Gomes Ferreira foi provocador. “O que é que contribuiu mais para uma situação de pré-falência de uma empresa? Sócios gerentes que vão às compras a Paris durante anos ou um administrador judicial que apanha com o problema todo e tenta satisfazer os interesses de todos os credores? É o caso deste Governo: cai-lhe tudo em cima”, perguntou.
“Se acontecer uma crise política, garantidamente um Governo do PS vai fazer austeridade e eu quero ver o que é que vai fazer metade do PS que diz que se rasgue o memorando de entendimento”, afirmou o jornalista, rematando que “há duas conclusões que se tiram: ou se faz austeridade, ou saímos do euro. Acho que ninguém quer isso”.