Quem são os três candidatos que disputam a liderança do PSD?

Os militantes do PSD vão poder escolher nas diretas para eleger o presidente do partido entre um economista, um advogado e um engenheiro, todos com experiência autárquica e apenas um com uma breve experiência governativa.

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Lusa
09/01/2020 12:00 ‧ 09/01/2020 por Lusa

Política

PSD

O presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz são os três candidatos que disputam no sábado a presidência do partido em eleições diretas.

Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se uma semana depois, dia 18, entre os dois candidatos mais votados.

Vinte anos separam o candidato mais velho - Rui Rio, com 62 anos - do mais novo, Miguel Pinto Luz, com 42, enquanto Montenegro completará 47 anos em fevereiro.

Rio é deputado e líder parlamentar, funções também já desempenhadas por Montenegro, e os três candidatos já passaram por direções do PSD (Montenegro por inerência como presidente da bancada), mas apenas o atual líder foi secretário-geral e vice-presidente.

Apenas Pinto Luz passou pelo segundo Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, que durou menos de um mês, como secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.

Seguem-se resumos dos percursos biográficos e políticos dos três candidatos:

Rui Rio

Rui Fernando da Silva Rio nasceu no Porto, em 6 de agosto de 1957.

Economista, foi eleito presidente do PSD em 18 de fevereiro de 2018, depois de derrotar em eleições diretas Pedro Santana Lopes com 54% dos votos.

Rui Rio foi pela primeira vez eleito deputado em 1991, cargo que exerceu durante dez anos, tendo regressado à Assembleia da República em outubro passado, na sequência das últimas eleições legislativas.

O atual líder do PSD foi secretário-geral do partido entre 1996 e 1997 quando era líder do partido o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e vice-presidente com três líderes: de 2002 a 2005, com Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, e mais tarde, entre 2008 e 2010, com Manuela Ferreira Leite.

Rui Rio ganhou notoriedade e visibilidade nacional ao exercer durante três mandatos, entre 2001 e 2013, a presidência da Câmara Municipal do Porto. Durante esse período, chegou a ser admitida, por várias vezes, a possibilidade de se candidatar à liderança do PSD, que nunca concretizou para não interromper o mandato no Porto.

Em 2016, uma candidatura à Presidência da República foi igualmente uma hipótese, mas Rui Rio afastou essa possibilidade devido ao "quadro parlamentar instável" que considerava ter resultado das legislativas de 2015 e da "escassez de condições" para levar por diante uma reforma do regime.

Depois de ter interrompido a atividade política em 2013, voltou à banca, assumindo um cargo não executivo no Comité de Investimentos do Millenium BCP e foi consultor da empresa de recursos humanos Boyden até assumir a presidência do PSD.

Em 06 de novembro do ano passado, Rio foi eleito líder do grupo parlamentar do PSD, cargo a que se candidatou por o partido estar em período de disputa interna e que já garantiu que só desempenhará até ao próximo Congresso, seja quem for o vencedor das eleições diretas do PSD.

Luís Montenegro

- Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves nasceu no Porto em 16 de fevereiro de 1973.

Advogado de profissão, destacou-se como deputado -- sempre eleito por Aveiro - e líder parlamentar do PSD, cargo que exerceu entre junho de 2011 e julho de 2017.

Montenegro estreou-se no parlamento aos 29 anos, em 2002, quando Durão Barroso era presidente do PSD e primeiro-ministro, depois de ter iniciado uma carreira política que começou na JSD e passou pela Câmara Municipal de Espinho, onde foi vereador.

Nas autárquicas de 2005, candidatou-se a presidente do município, mas foi derrotado por José Mota, do PS.

Em 2018, foi constituído arguido pelo alegado crime de recebimento indevido de vantagem no caso das viagens do Euro 2016, por parte do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo negado a prática de qualquer crime e garantido que essas viagens foram pagas a expensas próprias - num processo ainda em investigação.

Anunciou a candidatura à liderança do PSD em 09 de outubro, três dias depois das eleições legislativas, um cenário que ponderou em 2017, após o anúncio de que Passos Coelho não se recandidataria, mas que acabou por afastar por "razões pessoais e políticas".

No Congresso de aclamação de Rio, em fevereiro de 2018, Montenegro deixou um aviso de que poderia vir a disputar-lhe a liderança: "Conhecem a minha convicção e a minha determinação, se for preciso estar cá, eu cá estarei, para o que der e vier (...) Desta vez decidi não, se algum dia entender dizer sim, já sabem que não vou pedir licença a ninguém".

Tal como anunciou nesse Congresso, Luís Montenegro deixaria o parlamento em abril do ano passado, 16 anos depois de tomar posse como deputado.

Em 11 de janeiro, Luís Montenegro desafiou Rui Rio a convocar eleições antecipadas no PSD. O presidente do PSD não aceitou o repto para marcar diretas um ano antes do previsto, mas levou a votos uma moção de confiança à sua direção, que foi aprovada em Conselho Nacional com 60% dos votos.

 Miguel Pinto Luz

- Miguel Martinez de Castro Pinto Luz nasceu em 08 de março de 1977, em Lisboa.

Engenheiro de formação, licenciou-se pelo Instituto Superior Técnico em Engenharia Eletrotécnica e Computadores em 2000. Doutorou-se no Instituto de Sistemas e Computadores e, em 2012, concluiu um MBA na Universidade de Navarra.

Desde 2005, assumiu funções autárquicas em Cascais e de administrador em representação da Câmara em várias agências e empresas do universo municipal e intermunicipal, entre as quais a Fundação Paula Rego.

Atualmente, é vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais e tem sido o rosto das Conferências do Estoril e das Portugal Talks, com o objetivo de debater temas e planos de ação em torno da democracia.

No PSD, chegou a integrar a direção de Pedro Passos Coelho, como vogal, e em 2011 torna-se presidente da distrital de Lisboa, cargo para o qual é sucessivamente reeleito até anunciar a não recandidatura em 2017.

Fechou o seu mandato na capital com o dossiê autárquico pouco pacífico em Lisboa nas autárquicas, com a opção por Teresa Leal Coelho - uma escolha de Passos Coelho -- a recolher apenas 11% dos votos.

Ainda foi empossado como secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações no breve XX Governo Constitucional liderado por Passos Coelho -- que dura menos de um mês -, regressando depois à autarquia de Cascais.

Em 18 de outubro, anunciou com uma publicação nas redes sociais que era candidato a liderança do PSD, depois de em 2017 o seu nome ter também sido uma hipótese. Na altura, não avançou por entender não estarem reunidas as condições pessoais e políticas.

Já depois da vitória de Rio nas diretas de 2018, Pinto Luz desafiou o presidente eleito a rever a moção que iria levar ao Congresso, esclarecendo "omissões" sobre a relação com o PS, e exigindo-lhe "a terceira vitória consecutiva nas eleições legislativas".

No verão do ano passado, Pinto Luz foi, a par do antigo líder parlamentar Hugo Soares e da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, um dos 'notáveis' a ficar de fora das listas de candidatos a deputados do PSD, apesar de ter sido indicado pela distrital de Lisboa.

 

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