"A prova, quando foi introduzida no Estatuto da Carreira de Docente, tinha como objetivo principal colocar num patamar de igualdade todos os jovens que terminam os seus cursos e se candidatam à profissão de professor", disse a antiga governante, acrescentando que estava previsto que a avaliação fosse "articulada ao longo da carreira com um sistema de avaliação progressiva".
Para a ministra da Educação do primeiro Governo socialista de José Sócrates, a prova de avaliação dos docentes "transformou-se numa outra coisa" e "é um absurdo" que professores com 14 anos de experiência, por exemplo, tenham de responder ao exame.
"Temo é que a prova esteja definitivamente condenada a não ser realizada por razões que têm a ver com alguma atrapalhação e alguma incompetência na sua realização", disse Maria de Lurdes Rodrigues, que falava hoje em Lisboa à margem do lançamento do livro "Políticas Públicas para a Reforma do Estado", que a ex-ministra coorganizou com o economista Pedro Adão e Silva.
Em relação aos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) nas áreas de leitura, matemática e ciências, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e divulgado esta semana, a economista afirmou que "o relatório é ótimo para Portugal".
"Estive a ver o 'El País' sobre o PISA em Espanha, onde a situação é pior do que a portuguesa, e todas as peças jornalísticas apontavam Portugal como um exemplo de que é possível melhorar os resultados e que não precisamos de esperar 20 anos para melhorar os resultados, isso é possível nesta geração", disse ainda.
De acordo com os resultados o PISA 2012, Portugal mantém-se abaixo dos países que participam no Programa nas áreas de leitura, matemática e ciências, mas houve uma melhoria do desempenho dos estudantes nacionais desde 2003.