"O seu exemplo vai continuar a iluminar o longo caminho da igualdade e da emancipação dos povos na África do Sul e em todo o mundo. Nelson Mandela é uma figura maior da nossa modernidade, dos direitos humanos e da democracia. Pagou um preço muito alto pelas suas convicções", declarou a bloquista, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Catarina Martins lembrou que Portugal, com Cavaco Silva a primeiro-ministro, "não acompanhou" internacionalmente "resoluções importantes e ficou isolado" sobre a matéria.
"Não é novidade que o nosso país não teve sempre a posição que devia ter tido, firme, contra o 'apartheid'. Não é novidade também que o Governo português tomou decisões erradas nas Nações Unidas sobre resoluções que dizem respeito ao 'apartheid' e à prisão de Nelson Mandela. Não nos devemos orgulhar desses momentos da nossa história", sublinhou a parlamentar e coordenadora bloquista.
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato uma série de reações de pesar provenientes de diversas personalidades e instituições de vários setores de todo o mundo.
"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse o presidente sul-africano anunciando que a bandeira sul-africana vai estar a meia-haste a partir de sexta-feira e até ao funeral, que será de Estado, e cuja data ainda não é conhecida.
O Comité Nobel norueguês considerou já hoje Nelson Mandela, que esteve preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime "apartheid" da África do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".
Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.