"No que diz respeito à atitude do deputado Nuno Melo, ele teve necessidade de fazer uma prova de vida aqui no Parlamento Europeu, como dizia ontem o Martin Schulz [presidente do Parlamento Europeu] eu sou a deputada mais famosa do Parlamento Europeu, até tenho direito a manifestações e a mais de oitenta mil e-mails, há outros que ninguém sabe quem são", afirmou a socialista aos jornalistas, depois de ver rejeitado em plenário o seu relatório.
Após a votação em plenário da resolução do Partido Popular Europeu, que na prática "chumbou" o relatório de Edite Estrela, o eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo deixou críticas veementes à intervenção da socialista.
Nessa réplica, a única por parte de populares e conservadores, Melo acusou Edite Estrela de ser "uma democrata de circunstância" ao criticar a posição da maioria e de ter proferido palavras que devem "envergonhar os socialistas".
"Em democracia ganha-se e perde-se, um verdadeiro democrata aceita e conforma-se com as votações dos plenários quando é derrotado, tal qual fica satisfeito quando é vencedor. Não admito que nos insultem de hipócritas, a deputada Edite Estrela tem direito à sua opinião, tal qual eu tenho direito à minha opinião, não a insulto por muito que a considere radical", afirmou o centrista.
Para a eurodeputada do PS, a posição de Nuno Melo é "lamentável": "Deputados que nem sequer pertencem à Comissão de Direitos da Mulher e Igualdade de Género prestaram-se a esse papel lamentável".
"Acho que tudo isto tem uma leitura política e que deve ser feita pelos eleitores que devem no momento da votação pensar que não é indiferente eleger uns ou outros deputados para o Parlamento Europeu", acrescentou.