Rui Rio, líder do PSD, disse esta quinta-feira no Parlamento que "sem estado de emergência", declarado há 15 dias, "teria sido um desastre" e evidenciou os "progressos" alcançados nestas últimas duas semanas.
"Há duas semanas, o PSD apoiou a declaração do estado de emergência. A primeira razão que na altura evocamos foi uma razão de eficácia no combate à pandemia. A pergunta que hoje queremos colocar, para a renovação ou não do estado de emergência, é se ele efetivamente resultou", começou por dizer Rui Rio, respondendo de seguida à sua própria questão: "Sem estado de emergência teria sido um desastre"
Para o dizer, o líder social-democrata trouxe dados concretos ao debate. "A doença crescia à taxa de 35% ao dia, no dia em que declaramos o estado de emergência. Se essa taxa continuasse, teríamos hoje mais de 40 mil pessoas infectadas. Ela recuou e a taxa média caiu nestes últimos 15 dias para cerca de 21%. é uma taxa muito elevada mas muito distante daquilo que são os 35% que tínhamos", disse.
Por outro lado, sublinhou que a, cada dia que passa, a economia se ressente, devendo estar a saúde em primeiro plano.
"Sabemos que estamos a criar um problema económico gigantesco ao país. Cada dia que passa é obviamente um dia em que as coisas pioram", assumiu, sublinhando que há "um drama em que aquilo que é bom para a saúde e que é mau para a economia, e o que é bom para a economia é mau para a saúde".
"Mas, a verdade é que neste momento a saúde tem de estar em primeiro lugar. Temos que salvar vidas. Mas salvar inclusive qualidade de vida, porque muitos dos infectados poderão ficar com sequelas para o resto da sua vida", disse Rio.
"Outro indicador importante", continuou, "é que no início da doença, cada português infetado estava a infetar mais três Hoje, esse número deve andar à volta do 1,2 ou 1,3". E para o líder social-democrata, "este progresso que conseguimos é um progresso que não podemos esquecer". Nesse sentido, considerou ser " indiscutível que temos de prolongar o estado de emergência" e adiantou que "o PSD irá votar, naturalmente, favoravelmente".
Rio sublinhou ainda que é preciso apoiar as empresas e as famílias "com muito rigor" e "com critério".
E dirigindo palavras fortes à banca, afirmou: "A banca não pode querer ganhar dinheiro com a crise. O objetivo da banca tem de ser lucro zero em 2020 e em 2021 (...) Se apresentar lucros avultados, esses lucros serão uma vergonha e uma ingratidão para com os portugueses".
