Para Marques Mendes. o Plano B apresentado pelo Governo na quinta-feira, e que implica o agravamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e o aumento das contribuições dos beneficiários da ADSE, falha gravemente pela forma como foi comunicada, uma vez que colocou os reformados e os pensionistas em alarme.
Para o advogado, esta forma de comunicação não se trata de incompetência, mas do facto de “os ministros não saberem o que é a vida real”.
Além disso, o social democrata defende que as medidas falham do ponto de vista da coerência, uma vez que “antes do chumbo o Governo dizia que era preciso cortar nas pensões da Caixa Geral de Aposentações porque eram superiores à dos reformados do privado” e agora “quer fazer um corte igual para todos”.
Marques Mendes defende que “este Governo tem vários méritos, pois é determinado corajoso e tem resultados positivos”, mas que falha por ser “muito teimoso” e insistir em aplicar as suas medidas sempre sobre os mesmos.
Para o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares as medidas do Governo deveriam passar, por exemplo, por impor uma taxa às Parcerias Público-Privadas ou às empresas de telecomunicações, e através da redução das transferências para as empresas do Estado.Este considera, por isso, que o executivo de Passos Coelho opta sempre pelas “medidas mais fáceis, mas não as mais justas”.
Por fim, teceu duras criticas à oposição liderada por António José Seguro, que por ter medo de perder votos, exerce uma oposição pouco firme.
“A oposição de Seguro é uma oposição ‘lowcost’, que tenta fugir às responsabilidades. Seguro é fraco e frouxo. O Governo devia ter medo da oposição e esta devia ser mais firme para que o Governo não fosse tão abusador”, afirmou.
Marques Mendes relembra que a opção defendida por Seguro para fazer frente à crise é o aumento do défice, o que segundo o comentador é “a pior das opções”.
“Se aumenta o défice, qualquer dia estamos na bancarrota. É a pior das soluções. Além disso é uma medida que a troika não autoriza. Se Seguro quer ser primeiro-ministro, como pode dizer uma coisa que a troika não autoriza?”, questionou o social democrata, concluindo que os “erros do Governos têm muita culpa na fraca oposição”.