Passos avisou Portas que oposição ao Orçamento seria o fim Governo

Durante uma conversa dura e seca, antes do Conselho de Ministros de segunda-feira que aprovou a versão final da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, o primeiro-ministro, Passos Coelho, ameaçou o líder do CDS e ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, de que qualquer objecção do seu partido ao documento seria o fim do Governo de coligação e os centristas seriam responsáveis pelo segundo pedido de resgate, revela o jornal i.

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Notícias Ao Minuto
17/10/2012 08:11 ‧ 17/10/2012 por Notícias Ao Minuto

Política

Coligação

As relações entre o primeiro-ministro e o presidente do CDS nunca foram óptimas, mas as queixas de Portas por não ser ouvido por Passos em matérias fundamentais e a oposição centrista às alterações à Taxa Social Única (TSU), aumentaram ainda mais a tensão entre os líderes da coligação. A juntar a tudo isto, a apresentação da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013 tornou um facto consumado a ruptura entre Passos e Portas, avança o jornal i.

Na segunda-feira, antes do Conselho de Ministros aprovar o OE2013, o primeiro-ministro e o líder do CDS tiveram uma dura conversa, na qual Passos Coelho terá afirmado que a proposta de Orçamento era definitiva e que qualquer objecção do partido da coligação provocaria o fim do Governo.

O chefe do Governo assegurou que apresentaria de imediato a demissão do Presidente da República, acrescenta o i, e que responsabilizaria Paulo Portas e o CDS pelo pedido de um segundo resgate de Portugal.

Fontes próximas do líder centrista, referidas pelo jornal, classificam de pura chantagem política esta posição de Passos Coelho.

O i revela também que outros ministros, do PSD e independentes, se sentiram verdadeiramente humilhados quando na segunda-feira chegaram ao Conselho de Ministros e ouviram Passos Coelho afirmar que o Orçamento estava fechado e que não havia espaço para quaisquer alterações.

Uma posição manifestada depois da maratona de 20 horas do Conselho de Ministros de 10 de Outubro, e depois dos ministros passarem dias e o próprio fim-de-semana a preparar propostas para cortar na despesa dos seus ministérios para aliviar a carga fiscal imposta na proposta de Orçamento. Mas parece ter sido tempo perdido.

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