O vice-presidente do Parlamento Europeu, Othmar Karas, criticou, em entrevista ao i, o facto de “o discurso dos líderes da troika ser diferente das instruções dos seus especialistas no terreno”, o que causa “falta de confiança da opinião pública nestas instituições”.
Até porque, segundo Karas, “o discurso público foi diferente da realidade da implementação das reformas”. Por conseguinte, “os portugueses fizeram muitos sacrifícios e deveriam ter sido informados de forma mais clara”, acrescentou.
Ao mesmo jornal, o eurodeputado austríaco do Partido Popular Europeu disse que “Portugal está a caminho da recuperação económica em 2014”, sendo que este “será o primeiro ano, desde o princípio da crise, que o País irá crescer”. “Portugal está num bom caminho”, rematou.
Ainda assim, fez questão de referir que não julga “que o fim do programa a 17 de maio seja o fim da crise”.
Aquele que também é correlator do inquérito à atuação da troika nos países sob ajuda externa, e que esteve em Lisboa para avaliar o impacto do memorando no País, desvendou que o documento em causa “é para o futuro e não para o presente”. “A minha esperança é que este relatório dê um sinal claro aos cidadãos sobre o que aprendemos na crise”, admitiu.
De salientar que “a nossa intenção é dizer precisamos de maior transparência e mudar a maneira como se fazem as coisas na União Europeia”, adiantou, concluindo que “este relatório vai abrir a porta para os próximos passos a serem dados e mostrar que temos muito a aprender com a crise”.