Paulo Portas acabou com o tabu e assegurou hoje, em comunicado, que "o CDS votará o Orçamento do Estado considerando que Portugal não pode ter uma crise política que agravaria, ainda mais, a situação económica e social extremamente sensível que o País atravessa".
No documento, Portas sublinha que “o CDS valoriza a estabilidade num momento especialmente critico para Portugal, dado que nos encontramos sujeitos a um Programa de Assistência Económica e Financeira da comunidade internacional".
Paulo Portas assegura ainda que o CDS vai contribuir para melhorar o Orçamento para o próximo ano e aponta que “a inexistência de um Orçamento constituiria, em si mesmo, incumprimento dos compromissos estabelecidos com os nossos credores". Por tudo isto, sublinha o governante, “o CDS deve colocar acima de tudo o seu dever de responsabilidade perante o País."
O comunicado é, contudo, omisso quanto ao estado da coligação governamental e à relação de Portas com o primeiro-ministro Passos Coelho, numa altura em que são vários os sinais e as notícias divulgadas que apontam para um mal-estar crescente no seio do Executivo.
Leia na íntegra o comunicado de Paulo Portas:
Face às especulações surgidas relativamente à questão orçamental, e sem embargo da reunião com o Grupo Parlamentar que terei na próxima 6.ª feira, cumpre-me afirmar o seguinte: 1 – O CDS votará o Orçamento de Estado considerando que Portugal não pode ter uma crise política que agravaria, ainda mais, a situação económica e social extremamente sensível que o nosso País atravessa. 2 – O CDS valoriza a estabilidade num momento especialmente critico para Portugal, dado que nos encontramos sujeitos a um Programa de Assistência Económica e Financeira da comunidade internacional. O CDS tem em atenção que Portugal depende desta assistência externa, de que é exemplo o financiamento que deverá ser aprovado na próxima semana. O CDS leva ainda em conta a situação na zona euro, especialmente nalguns Estados-membros, e considera, por isso, que Portugal deve revelar prudência para evitar perigos suplementares. O CDS sabe ainda que a inexistência de um Orçamento constituiria, em si mesmo, incumprimento dos compromissos estabelecidos com os nossos credores. Face a este quadro de referência o CDS deve colocar acima de tudo o seu dever de responsabilidade perante o País. 3 – Em coerência com o esforço feito dentro do Governo, e em articulação no quadro da maioria, o Grupo Parlamentar do CDS contribuirá para melhorar aspectos do Orçamento de Estado até à conclusão do respectivo processo. 4 – O CDS deve estar à altura das circunstâncias. O CDS tem o peso que os portugueses lhe deram. Sendo a terceira força política e acreditando nas instituições o CDS sublinha que, sobretudo numa situação de emergência nacional, todos têm um contributo a dar para assegurar a estabilidade política, o consenso nacional e a coesão social em Portugal.
O Presidente do CDS |