"Parece-me claro que há um conjunto de privatizações, onde a pessoa que agora é nomeada para a Goldman Sachs esteve presente, de uma forma mais direta ou menos direta", afirmou o secretário nacional do PS António Galamba à agência Lusa sobre o ex-ministro-adjunto de Durão Barroso, num executivo PSD.
O dirigente socialista acrescentou haver um "elemento que está permanentemente em todas as privatizações, é uma evidência factual da participação na privatização quer da ANA, quer da REN, quer na reorganização do Banif, do BCP e também na privatização dos CTT, onde a Goldman Sachs não tem uma participação qualquer, tem a maior participação após a privatização".
Galamba indicou haver uma "mão, que é uma mão permanente e que permite concluir que há uma confusão entre a política e os negócios".
"Há uma permanência, que na nossa perspetiva, quem tem uma participação política, através do comentário, condicionando muitas vezes a vida política, não faz qualquer sentido esta confusão entre a política e os negócios", concluiu.
O dirigente socialista criticou ainda que o Governo não tenha cumprido uma resolução de 2011 da Assembleia da República sobre a definição de interesse nacional nas privatizações.
O ex-ministro-adjunto de Durão Barroso, José Luís Arnaut, foi nomeado para o conselho consultivo internacional do banco norte-americano Goldman Sachs, indicou hoje o banco.
José Luís Arnaut, que foi também ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional no Governo de Santana Lopes (entre 2004 e 2005) e secretário-geral do PSD, irá fazer parte de um grupo de consultores onde está integrado, por exemplo, o ex-presidente do Banco Mundial, Robert Zoelick.
Em comunicado, Robert Zoelick, que preside ao grupo de 17 consultores do qual José Luís Arnaut fará parte, diz que o ex-governante "traz um vasto conhecimento e experiência em Portugal, assim como na Europa, Médio Oriente e África".