Passos Coelho reagiu ontem à noite, no final do Conselho Nacional do PSD, à notícia avançada este fim-de-semana pelo Expresso, afirmando nada saber sobre o caso ‘Monte Branco’, onde terá sido apanhado num telefonema entre ele e um dos escutados no processo de uma rede de branqueamento de capitais e fraude fiscal.
O primeiro-ministro mostrou-se tranquilo em relação às escutas realizadas no âmbito dessa investigação, admitindo, contudo, que tenha havido violação do segredo de justiça.
“Se aquilo que esse jornal [Expresso] refere tem aderência à realidade, significa que houve uma quebra no segredo de justiça e desse ponto de vista é preciso saber o que se passou para que essa ilegalidade tivesse acontecido”, afirmou Passos Coelho.
Aos jornalistas, o primeiro-ministro afirmou estar tranquilo em relação às alegadas escutas. “Estou muito consciente das minhas conversas privadas ou telefónicas e não tenho nem sobre a operação que é descrita nessa notícia de jornal, nem sobre qualquer outra matéria, nenhum receio de que alguma coisa que tenha dito seja ao telefone, seja em privado venha ao conhecimento público”, frisou o primeiro-ministro, defendendo ainda que o teor dessas escutas seja divulgado publicamente.
“Qualquer que seja a matéria que lá esteja, desde já afirmo que tenho todo o prazer e até gosto em que essas escutas sejam publicamente reveladas”, disse Passos.
O semanário Expresso revelou, este fim-de-semana, que a Polícia Judiciária (PJ) gravou um telefonema com o primeiro-ministro no âmbito da investigação no caso ‘Monte Branco’. De acordo com o jornal, a Procuradoria Geral da República enviou essa escuta para o Supremo Tribunal de Justiça.