“O Presidente François Hollande desde que foi eleito, tem sido diariamente combatido pela direita, com as razões mais desagradáveis – e quase sempre falsas”, escreve o antigo Presidente da República, Mário Soares, no segundo ponto do artigo ‘O Ambiente e o futuro’ que hoje assina no Diário de Notícias.
Em causa, embora não mencione, está o alegado caso de infidelidade que envolve o Presidente francês, François Hollande e que tem pautado a imprensa nos últimos dias. Soares lembra que teve “a honra de conhecê-lo, há muitos anos, pela mão de François Mitterand, de quem todos os que me conhecem sabem que fui não só amigo como admirador”.
Mas, esclarece, “a direita [francesa] não para de inventar histórias desagradáveis (até as que lhe ficam muito mal) sobre a sua vida privada. Porque, para toda a gente de bem, da vida pessoal dos outros não se deve falar. Nem bem nem mal”.
“Sobretudo”, acrescenta Soares, “num momento em que houve um bom entendimento entre a França e a Alemanha, voltando ao eixo franco-alemão, para vencer a crise financeira que afeta vários Estados vítimas por efeito da terrível austeridade, (…) que provoca sempre (…) estragos imensos, como se tem visto”, por exemplo, em Portugal.
O ex-chefe de Estado português salienta ainda que, apesar de não ser um dos Estados europeus intervencionados, “a França não está nem financeira nem economicamente bem. Mas grandes culpas dessa situação cabem ao governo Sarkozy, não a Hollande”. Apesar disso, defende, “o ano de 2014 vai mudar tudo”.
“Os grandes dirigentes da União Europeia vão mudar e os substitutos vão ser eleitos e não escolhidos. E, por outro lado, os Estado Unidos estão atentos e não têm nenhum interesse em que a União caia no abismo, bem pelo contrário. Daí que há que ter esperança no que se vai passar em França. Hollande está bem acordado e sabe o que faz”, remata Soares, desvalorizando assim o suposto caso de infidelidade que envolve o Presidente francês.