Questionado pelos jornalistas sobre o sentido de voto do PSD no Orçamento do Estado para o próximo ano, numa situação limite, Rui Rio recusou fazer uma "sentença de morte" a um documento que não conhece e que nem sequer existe.
Até ao dia 12 de outubro, dia em que a proposta do Governo dará entrada no Parlamento, o papel do PSD será "passivo", disse o líder social-democrata, depois de uma reunião com a Apifarma.
"Volto a dizer aquilo que já disse muitas vezes e que é lógico. O primeiro-ministro disse que, no momento em que não conseguisse aprovar o Orçamento com o PCP e com o BE - ou pelo menos com um deles -,o seu Governo se tinha esgotado", lembrou Rio, justificando, assim, o papel "passivo" do seu partido nesta fase.
"No dia 12 de outubro entrará uma proposta de Orçamento no Parlamento que, como tenho dito, muito dificilmente poderá colher o nosso apoio", reconheceu, acrescentando, contudo, que tudo dependerá do conteúdo das propostas. "Ainda assim, não vou falar de um documento que não conheço e que nem existe. No limite, a decisão do voto é depois de conhecermos o documento", disse, atirando: "E não será no dia 13 de outubro. Não leio as coisas rapidamente".
"Sabemos de antemão que é muito difícil porque é [um Orçamento] construído à Esquerda, mas se não o conheço, como é que vou fazer uma sentença de morte a um documento que não conheço?", insistiu ainda.
Interrogado ainda sobre se o plano de recuperação vai ter contributos do PSD, o social-democrata adiantou que "isso estará apto a ser divulgado a partir de amanhã (dia 1 de outubro)". "É só arranjar o melhor dia da agenda, é só isso que está em causa", explicou, sem querer adiantar o que se passou no Conselho de Estado de ontem, que contou com a presença da presidente da Comissão Europeia.