Novo Banco: "Temos muita dificuldade em aceitar proposta" do Governo

Bloco de Esquerda defende que quem deve assegurar a recapitalização do Novo Banco são diretamente os bancos, sendo essa uma das exigências nas negociações para o Orçamento do Estado de 2021.

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Melissa Lopes
02/10/2020 11:35 ‧ 02/10/2020 por Melissa Lopes

Política

OE2021

A deputada Mariana Mortágua enfatizou, esta sexta-feira, que cada vez que há perdas no Novo Banco, essa conta pára no bolso dos portugueses. "É preciso parar esse processo, é preciso fiscalizar essas contas", atirou, numa declaração feita na sede do partido, em Lisboa. 

"Tudo o que nos disseram até agora é que o Fundo de Resolução é uma entidade entre bancos, portanto, são os bancos que resolvem a recapitalização do Novo Banco", afirmou, acrescentando que a proposta do Bloco de Esquerda "é precisamente por em prática essa afirmação". "São os bancos que têm de resolver o problema de financiamento do Novo Banco", insistiu.

Caso contrário, prosseguiu, "só se coloca o Fundo de Resolução neste processo porque é necessária uma garantia pública", o que "contradiz as promessas que o Governo tem feito nesta matéria".

Questionada pelos jornalistas sobre as declarações do Secretário de Estado Duarte Cordeiro, que falou em avanços no sentido de não haver injeção do Estado no Fundo de Resolução, Mariana Mortágua explicou que a proposta do Governo de os bancos emprestarem ao Fundo é uma outra forma de pôr os contribuintes a garantir o financiamento do Novo Banco".

"E isso é uma proposta que temos muita dificuldade em aceitar, porque sabemos que o Fundo de Resolução está a ser garantido com dinheiro dos contribuintes, sabemos que essa operação que vai a défice e que há um conjunto de ações do Novo Banco que têm de ser fiscalizadas", reforçou.

O Bloco de Esquerda defende, por isso, que, por um lado, a fiscalização das ações do banco, e por outro lado, garantir que qualquer injeção que venha a ser necessária é feita diretamente pelos bancos. "Aliás, esse é o espírito da solução que tem sido apresentada", indicou. 

Mariana Mortágua salientou ainda que Portugal não pode saber que "há um fundo abutre a gerir o banco" e "que os contribuintes vão pagar os prejuízos, sem ter nenhum controlo das operações da Lone Star". "A Lone Star está a fazer uma gestão abusiva do contrato, para não dizer fraudulenta (...) E nós não podemos continuar a permitir que esse contrato se mantenha à custa do dinheiro dos contribuintes". 

Recusando-se fazer um ultimato ao Governo no que toca à viabilização do OE2021 sobre esta matéria, a deputada lembrou que o BE apresentou um conjunto de propostas "úteis e sensatas para lidar com um um país em crise" e "lidar com problemas sociais que se agigantam e acumulam". "A proposta que apresentamos ao Governo sobre o Novo Banco é uma proposta que protege os direitos dos contribuintes, que trava o abuso da Lone Star e que protege a estabilidade financeira. Penso que esses são os três objetivos que todos queremos cumprir", rematou. 

 

 

 

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