Luís Marques Mendes considerou que “o PSD teve uma atitude absolutamente lastimável” ao apresentar o projeto de referendo sobre a adoção e coadoção por casais homossexuais.
O comentador explicou que se no início do processo em que a questão foi debatida o PSD “dissesse que a matéria deveria ser decidida em referendo, seria perfeitamente legítimo, pois era uma questão de princípio e convicção”.
Porém, Marques Mendes recordou que na altura, 20 deputados do partido faltaram e o projeto de lei apresentado pelo PS passou.
Agora, quiseram “corrigir o erro com um erro ainda maior”. “Usar o referendo não como questão de convicção mas como um truque, uma habilidade. (...) É uma esperteza saloia, uma artimanha, uma golpada política”.
“É o meu partido, mas eu penso pela minha cabeça. A política n pode ser um vale-tudo”, sublinhou o comentador, que adiantou: “Há momentos em que é melhor perder com honra do que ganhar sem glória. Ontem ganharam sem gloria.”
A convocação do referendo terá ainda de passar pela fiscalização preventiva obrigatória do Tribunal Constitucional e, em última instância, dependerá da decisão do Presidente da República.
Para Marques Mendes, “se Cavaco convocar este referendo é o mesmo que suicidar-se em praça pública”.