Com Marcelo Rebelo de Sousa a desistir da sua candidatura às Presidenciais de 2016 e Durão Barroso a confirmar que não faz parte dos seus planos candidatar-se ao cargo , segundo o Expresso, Luís Marques Mendes considera que Pedro Passos Coelho se precipitou com a moção da sua recandidatura, onde referiu que não apoiava o primeiro candidato. Em declarações no ‘Jornal da Noite’ da SIC, o comentador defende que quem ganhou com esta situação foi a esquerda, que está mais confiante com uma vitória nas próximas eleições.
“Acho que a moção de Passos é um erro político grande. Primeiro porque um político é suposto unir e ele dividiu. Depois porque Passos está a distrair as atenções do partido. O partido que devia estar centrado na situação económica do país, está afinal já a pensar nas presidenciais”, afirmou o ex- ministro dos Assuntos Parlamentares.
Para Marques Mendes, quem ficou contente foi Manuel Alegre e a esquerda, porque ficam assim mais confiantes de que os sociais democratas serão derrotados nas próximas eleições para o novo chefe de Estado.
O comentador critica o atual lider do partido ‘laranja’ de “alguma arrogância” por achar que Seguro “é fraquinho e frouxinho”, não tendo em conta que se o PS mudar de líder, estes poderão colocar-se numa situação complicada.
Marques Mendes comentou, ainda os resultados da execução orçamental que foram apresentados esta semana e que mostraram que Portugal conseguiu ficar abaixo do valor de défice que estava definido.
“É uma boa notícia, no plano macroeconómico e macrofinanceiro. Ficámos aquém do que estava definido, algo que a oposição não acreditava que seria possível, e isso é ótimo cá dentro e lá fora”, referiu, salientando que o ex-ministro das Finanças merece algum mérito neste resultado.
Apesar das criticas que frequentemente dirigiu a Vitor Gaspar, Marques Mendes confessou, esta noite, que este “merece um cumprimento especial e teve mérito nos resultados conseguidos nos primeiros 6 meses”.
Como consequência destes números , o político, que sempre defendeu a saída da troika com recurso a um programa cautelar, coloca agora a hipótese de uma saída à irlandesa ser mais vantajosa para Portugal. Ciente de que o país “está num bom caminho”, o social democrata acredita que a forma como Portugal vai sair da alçada do programa de ajuda financeira, deve ser decidido apenas no final do mesmo.