“Há bastante tempo percebi que alguns jornalistas estavam a ser comprados pelo Governo, direta ou indiretamente. Simplesmente mudaram de ideologia e de sentido para agradar a quem lhes pagava”. As palavras, escritas no âmbito de um artigo de opinião, pertencem ao antigo Presidente da República, Mário Soares, salvaguardando, porém, que “felizmente há ainda exceções”.
E, prossegue o histórico socialista, “os jornalistas dos jornais, das revistas, e das rádios e televisões têm uma terrível dificuldade. Para agradar a quem lhes paga, dizem o que muitas pessoas não querem ler, ouvir ou ver. E se o não fazem correm o risco de ser despedidos”.
“Assim vai este pobre País, nada eufórico, como quer fazer crer o Governo aos portugueses. Como se fossem estúpidos. Não são!”, faz sobressair Soares.
No entender do também conselheiro de Estado, “este Governo arruinou Portugal, vendendo por qualquer preço –não se sabe qual – o nosso património”, concretizando: “O que resta do Estado Social está a ser cada dia destruído e a desigualdade entre os portugueses cresce cada vez mais”, e isto, quando os ricos “estão cada vez mais ricos”.