O coletivo de juízes, presidido por Rui Coelho, não permitiu, na audição de ontem, que o Ministério Público colocasse questões relacionadas com um suposto financiamento de 20 mil euros na campanha do PSD, por entender que “extravasam o processo”.
Segundo avança o Jornal de Notícias, a procuradora Olga Barata questionou a testemunha sobre algum conhecimento face a estes donativos da Bragaparques à campanha social-democrata a Lisboa nas eleições autárquicas de 2005, mas a pergunta não foi permitida.
O Ministério Público quer ver a questão resolvida em tribunal e acabou por pedir a nulidade do despacho dos juízes. O tribunal terá agora dez dias para se pronunciar sobre esta questão.
À saída, o administrador da Bragaparques falou aos jornalistas e recusou que a empresa tenha feito quaisquer donativos para financiar campanhas. Além disso, Domingues Névoa afirmou que a Câmara de Lisboa lhe deve 350 milhões de euros e que os vai reclamar na justiça.
O empresário foi ouvido como testemunha no processo Bragaparques, relacionado com a permuta do Parque Mayer por parte dos terrenos da Feira Popular em Entrecampos, e a venda em hasta pública da área remanescente.
Neste processo são arguidos Carmona Rodrigues, Fontão de Carvalho e Eduarda Napoleão, ex-presidente e vereadores da Câmara de Lisboa, eleitos nessas autárquicas, e também os funcionários Remédio Pires, José Azevedo e Rui Macedo.