O também porta-voz do PSD, Marco António Costa, reagia, assim, às acusações do secretário nacional do Partido Socialista (PS), António Galamba, que hoje o considerou um dos responsáveis pela dívida da Câmara de Gaia e pediu explicações sobre o tema.
O Diário de Notícias publicou hoje um trabalho sobre a situação financeira da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia com o título "Gaia em risco de falência com dívida próxima dos 300 milhões", referindo que o município é o segundo "mais endividado do país, só batido por Lisboa".
Questionado sobre a dívida, Marco António Costa escusou-se a fazer comentários mas, em declarações à Lusa, decidiu apontar a "circunstância curiosa" de três anos depois de ter saído da Câmara de Gaia e de "já não ser notícia o assunto financeiro" da autarquia, porque "tem sido recorrentemente tratado", o PS, "numa semana particularmente difícil para o seu líder, venha com este tipo de ataques ao porta-voz do PSD".
E acrescentou: "Só me apetece dizer uma única coisa: é verdade que o Partido Socialista tem graves problemas com os Costas, mas eu julgo que está a falar com o Costa errado, não é com o Marco António Costa que tem problemas, que procure os seus problemas e a solução para os seus problemas no outro Costa que não sou eu".
"Verificámos hoje que a Câmara Municipal de Gaia está à beira da falência e tem uma dívida de 300 milhões de euros. Perante o que temos assistido nos últimos dias, sobretudo do dr. Marco António, percebemos bem porque é que ele tem falado sobre bancarrota e sobre políticas antigas. Porque de facto ele é um dos rostos responsáveis por esta situação e era bom que desse explicações ao país", tinha afirmado António Galamba.
O PS considerou "inaceitável este comportamento" e sublinhou que, sendo Marco António Costa (que deixou a Câmara de Gaia em 2011) "um dos pais desta criança de 300 milhões de dívida na Câmara Municipal de Gaia (...) não tem autoridade moral para vir falar sobre o país e lançar permanentes reptos em relação ao PS quando depois na Assembleia [da República] a prática dos deputados é chumbarem as propostas do PS".
Em novembro do ano passado, o novo presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse que as dívidas da autarquia colocavam-na numa "situação penalizadora e difícil", tendo encerrado o primeiro semestre de 2013 com 232 milhões de dívida.
No mês seguinte, Eduardo Vítor Rodrigues afirmava que, em janeiro, se iria reunir com o Ministério das Finanças para discutir o "peso" das dívidas da autarquia, mostrando-se preocupado com a "solvência" do município.