Em reposta ao artigo publicado por Jorge Costa, no site esquerda.net, Rui Tavares afirma-se afastado da aprovação quer do Tratado Orçamental, quer do visto prévio.
Sobre o Tratado Orçamental, Rui Tavares considerou, num artigo escrito em 2011, que o dia da aprovação, a 9 de dezembro de 2011, “foi um dos piores dias da Europa no novo século, talvez o pior”. Com o Tratado, “os líderes da zona euro deram um golpe de morte à União Europeia”, escreveu.
A luta contra o Tratado Orçamental levou mesmo Rui Tavares a escrever um livro com o título de ‘A ironia do projeto europeu’, que serviu como denúncia. Neste sentido, o historiador afirma-se contra o Tratado, ao contrário do afirmado pelo esquerdista Jorge Costa, e acrescenta ter-se juntado, na altura, às vozes de Mário Soares, Manuel Alegre, Arménio Carlos, João Galamba, entre ouros do PCP e do Bloco de Esquerda.
Depois de ter votado ‘não’ ao Tratado, que perdeu por três votos, Rui Tavares afirma também que não poderia “ter votado a favor do visto prévio”, depois de anos “a escrever contra a austeridade e a troika”.
Ao pacote legislativo de seis relatórios, conhecido por ‘six-pack’, Rui Tavares garante votar exatamente como o Bloco de Esquerda, com cinco votos contra e uma abstenção, o que, na sua opinião, prova que se manteve “coerente e não mudou de programa, ao contrário do que tenta fazer passar Jorge Costa”.
Rui Tavares refere ainda que os textos que o acusam e o ligam a estas questões não têm qualquer “fidedignidade” e confirma que votou a favor do relatório, elaborado pela socialista Elisa Ferreira, que leva à “atual investigação sobre a possível ilegalidade da troika”.
“Ridículo” foi a palavra utilizado pelo autor, indicando que se as acusações de Jorge Costa fossem verdade, então tanto ele como Elisa Ferreira, seriam “defensores da troika e da austeridade”.