Seguro vai responder à carta de Passos mas avisa que não se desviará do seu caminho
O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que responderá ao convite do primeiro-ministro para uma refundação do programa de ajustamento, invocando sentido de responsabilidade, mas salientou que tem um caminho alternativo e frisou que o Governo desviou-se dos consensos.
© Lusa
Política PS
António José Seguro falava após a aprovação na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013, depois de confrontado com o teor da carta que lhe foi enviada por Pedro Passos Coelho a propor um entendimento em torno de uma refundação do programa de ajustamento de Portugal.
O secretário-geral do PS confirmou aos jornalistas a recepção da carta, à qual responderá, mas, "por cortesia", não divulgou o que irá transmitir ao primeiro-ministro.
Questionado se há abertura do PS para uma negociação com o Governo, António José Seguro deu a seguinte resposta: "Sempre adoptei uma postura de enorme responsabilidade, colocando o interesse nacional acima de qualquer outro interesse".
No entanto, logo a seguir deixou um aviso ao executivo de coligação PSD/CDS: "Eu só optarei pelo caminho que tenho vindo a defender".
"Há uma alternativa em Portugal e essa alternativa é protagonizada pelo PS, que alia disciplina e rigor orçamental à prioridade do crescimento e do emprego", declarou.
Depois, António José Seguro foi confrontado com a ideia de que o PS poderá admitir a prazo discutir com o Governo cortes nas funções do Estado, mas o secretário-geral socialista negou-a imediatamente.
"Essa interpretação não é lícita. Defendo um caminho alternativo ao do Governo para sairmos desta crise. Quem se desviou foi o Governo", sustentou.
Interrogado se o tom da carta do primeiro-ministro é idêntico ao teor das mais recentes intervenções políticas por parte da maioria PSD/CDS na Assembleia da República, António José Seguro recusou-se a divulgar o conteúdo da posição que lhe foi transmitida através de carta por Pedro Passos Coelho.
"Ao longo do debate sobre a proposta de Orçamento, a maioria PSD/CDS utilizou vários tons, ora de enorme agressividade e de ataques inusitados ao PS, ora apelos ao diálogo. É bom que a maioria se entenda sobre aquilo que quer. Eu responderei nos termos que os portugueses já conhecem", disse.
António José Seguro salientou depois que defende para o país "um caminho alternativo" e avisou que não se desviará do seu caminho.
"Não vou desviar-me do meu caminho, nem vou aceitar a destruição das funções sociais do Estado. Os portugueses conhecem a minha posição e as posições do PS há mais de um ano. O défice não é o problema, mas, antes, o fraco crescimento económico", declarou numa nova nota de demarcação face às posições da maioria governamental.
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