A iniciativa teve os votos favoráveis da maioria social-democrata e da bancada do CDS, contando com a abstenção do PCP, PAN e PTP e contra do PS e MPT.
Roberto Vieira (MPT) considerou que este voto apenas servia para "entreter o parlamento", opinando que o PSD "não tem moral" para fazer esta crítica, porque Marcelo Rebelo de Sousa, Morais Sarmento, Manuel Ferreira Leite, Santana Lopes, Paulo Rangel, entre outros, "também são do PSD e comentadores".
Por seu turno, José Manuel Coelho (PTP) leu o texto do voto de protesto do PND, que deverá ser discutido amanhã no plenário, relativo à contratação de Alberto João Jardim como comentador no Jornal da Madeira.
Helder Spínola (PND) afirmou que "cada letrinha que Alberto João Jardim escreve no Jornal da Madeira custa dois euros, e ele escreve muitas, sendo pago com o dinheiro dos madeirenses".
"Uma contratação destas apenas acontece com Cristiano Ronaldo", frisou.
O responsável da bancada socialista, Carlos Pereira, opinou que este voto configura uma "censura à liberdade de opinião", um direito constitucionalmente consagrado que "o parlamento da Madeira ousou por em causa".
"Consideramos que o se passou aqui hoje envergonha a democracia e o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira poderia ter evitado", argumentou, atestando que esta posição vale para outros votos sobre esta matéria que vão ser votados no parlamento.
O líder do grupo parlamentar do CDS/PP-M, Lopes da Fonseca, declarou ser "inadmissível que um governante use o erário público para branquear a sua governação, seja José Sócrates, seja Alberto João Jardim".
Numa declaração de voto, o deputado do PSD/M Coito Pita destacou que "este é um país de comentadores, mas é preciso distinguir o que é do Estado e privado", mencionando que o grupo RTP/RDP custa 240 milhões de euros por ano.
"A RTP pertence ao Estado, estão a cumprir serviço público. Que serviço público o ex-primeiro-minsitro está a fazer numa estação televisiva?", questionou.
Numa intervenção no período de antes da ordem do dia, a deputada do CDS/PP-M Isabel Torres falou da crise demográfica, considerando que o "Governo Regional não foi capaz de tomar medidas para minimizar a redução dos nascimentos e desertificação do norte" da ilha, pois "a questão demográfica não foi preocupação" .
A intervenção foi criticada pelos outros partidos que argumentaram que o CDS faz parte do Governo da República e, como tal, também responsável, pela falta de medidas.