Para António Barreto, PS e PSD têm uma grande responsabilidade em mãos, pois devem encontrar “soluções duráveis e sustentáveis para os próximos cinco ou dez anos”. No entanto, alerta que se os dois partidos não o fizerem por estarem “interessados em ganhar as eleições europeias ou as do ano que vem” serão “verdadeiros hooligans da política”.
O professor universitário sublinha ainda que o PS “devia ter feito propostas”.
“Era ao PS que competia dizer ao Governo ‘nós estamos prontos, estamos prontos para rever a Constituição se for preciso, para fazer um programa conjunto do QREN, para começar a fazer uma experiência com os orçamentos e para preparar a reforma do Estado e estamos disponíveis para criar as estruturas necessárias de debate, de discussão, de estudo para que nos próximos cinco anos possamos fazer isso, independentemente de qualquer calendário eleitoral”, explica António Barreto.
O sociólogo deixa ainda um alerta sobre aquele que poderá ser o futuro do país.
“Se não for mudado o rumo, se não for mudado o método, nos próximos anos, os portugueses não aguentam. Sobretudo os mais pobres, os mendigos, os desempregados, os mais velhos, aí o país não aguenta”, frisa.